Vez ou outra a vida nos ensina lições valiosas. Aos meus 28 anos de vida, noto que teimamos em aprender a medida que o tempo passa e as coisas ocorrem. É preciso um esforço interior para adquirir este conhecimento.
Este ano perdi novamente um de meus avós. A base da minha formação, onde passei tantas segundas e domingos sendo cuidado por eles. O sopro da vida é que ela pode ir embora assim como uma brisa no anoitecer. Você pode não se importar com a brisa, mas ela vem e vai.
Quanto mais o tempo passa a gente aprende a filtrar e colocar cada vez mais camadas de proteção tentando se isolar das mazelas do mundo. Em contraponto, com isso também perdemos um pouco da humanidade, a sensibilização e empatia. Sempre adiamos, evitamos e damos o tempo como desculpa. E de uma hora pra outra, sem projeto, sem plano, alguém querido pode nos deixar.
E assim foi, dias após um retorno do hospital, minha avó, mulher forte e querida, decide não acordar, dormindo com um semblante sereno para o todo e sempre. Sem dar trabalho, sem causar dor, apenas se foi. E então ficamos sem entender o que houve, o que aconteceu. Nós, humanos e sedentos por explicações para preencher o nosso vazio.
Só que a explicação de algumas coisas pode ser bem simples: a vida pode ir e voltar assim como um sopro suave.
Então a lição é que devemos aproveitar o quanto pudermos pois este sopro pode levar o que é bom e trazer o que não é tão bom. Não podemos relaxar quanto a isso.